Uruguai e Argentina decidem a Copa de 1930

Estava em jogo a rivalidade sul-americana. Uruguai e Argentina, classificados em seus grupos, derrotaram, respectivamente, Iugoslávia e Estados Unidos. E mais, com goleadas traduzidas em números absolutamente iguais: 6x1. Por três dias, em Montevidéu e Buenos Ayres, não se falava em outra coisa. Uruguaios e argentinos viviam, pensavam, respiravam futebol. Milhares de torcedores, desesperados por não encontrarem lugar nas barcas superlotadas que saiam para Montevidéu, ensaiaram um quebra-quebra no centro de Buenos Ayres exigindo mais barcas. No outro lado, a confusão era ainda maior. Hotéis lotados, ingressos na mão de cambistas. Discussões e até brigas que surgiam aqui e ali.

Oitenta mil torcedores lotaram o Centenário. Os capitães dos times discutiam. O uruguaio querendo jogar com uma bola feita em seu país. O argentino, com a bola Argentina. O árbitro belga, Joliu Langenus, decidiu: um tempo para cada bola. Com a bola Argentina, os uruguaios conseguiram o primeiro gol, logo aos 12 minutos, marcado por Dorado. Oito minutos depois, Peucelle empatou. Aos 37 minutos, Stabile, o artilheiro do campeonato, marcou o segundo gol argentino. E o primeiro tempo chegou ao fim com os argentinos vencendo por 2x1. Foi espantosa a reação uruguaia no segundo tempo, jogando com a bola feita em casa. Aos 12 minutos, Cea empatou. Aos 23, num chute de fora da área, Iriarte pôs o Uruguai em vantagem. O país vivia momentos de sofrida espera quando, num contra-ataque. Dorado centrou da direita, pelo alto, e Castro com uma cabeçada fulminante mandou a bola para as redes. Era o quarto gol. Um minuto depois, o jogo acabava. E o Uruguai conquistava a taça de ouro.

 

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