Alemanha vence a Holanda na decisão de 1974
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A seleção da Holanda
tinha como técnico Rinus Michels. Sua equipe devolvia o futebol de seus
grandes dias do passado, quando o gol era, acima de tudo, a própria razão
de ser do jogo. Mas não residia apenas nisso seu encanto. Jogando com
muita aplicação tática, fazia a bola rolar de pé em pé, em jogadas
ensaiadas com admirável talento coletivo. Logo na sua estréia contra os
uruguaios, a imprensa mundial viu uma seleção praticando um futebol
bonito, harmonioso e eficiente. No ponto de vista coletivo, a seleção
holandesa era quase perfeita. É como se fosse uma orquestra que tinha como
regente o elegante Cruijff. Na Copa de 1974, Cruijff se tornava o novo rei
do futebol. Era o símbolo vivo daquele seleção que os estrategistas
batizaram de “Carrossel Holandês”. O futebol da Holanda era algo novo,
diferente, irresistível.
Nas oitavas de final, a Holanda venceu o
Uruguai por 3x0, a Bulgária por 4x1 e empatou com a Suécia em 0x0. Nas
quartas de final, derrotou a Argentina por 4x0, a Alemanha Oriental por
2x0 e o Brasil também por 2x0.
Alemanha Ocidental não era a
favorita do mundial. Mesmo se levando em conta que jogava em casa com o
inestimável apoio de sua torcida, com todos os fatores extra campo
inteiramente a seu favor, a imprensa mundial acreditava mais no “Carrossel
Holandês”, no futebol mais perfeito, no futebol arte. Mas, os alemães
ostentavam o titulo de campeão da Europa de 1972 e possuía em seu plantel
grandes estrelas do futebol germânico como Vogts. Overath, Beckenbauer,
Gerd Muller, Sepp Mayer e o polêmico Breitner. O técnico era o
perfeccionista Helmut Schõen.
Nas oitavas de final, a Alemanha
Ocidental venceu o Chile por 1x0, a Austrália por 2x0 e perdeu para a
Alemanha Oriental por 1x0. As duas Alemanhas se classificaram. Nas quartas
de finais, a Alemanha derrotou a Iugoslávia por 2x0, a Suécia por 4x2 e a
Polônia por 1x0.
A decisão aconteceu no dia 7 de junho no Estádio
Olímpico de Munique. O grande publico assistiu a uma empolgante partida de
futebol. Do ponto de vista técnico, talvez, a mais equilibrada de todas as
copas já disputadas. Logo no primeiro minuto de jogo, uma arrancada
maravilhosa de Cruijff que terminou sendo derrubado dentro da área alemã.
O juiz inglês Jack Taylor não hesitou e marcou o penalti contra os donos
da casa. Neeskens abriu a contagem para os holandeses. Com a vantagem
inesperada, a Holanda iniciou uma serie de jogadas com puro exibicionismo.
Ainda no primeiro tempo, a Alemanha empatou através de uma penalidade
máxima. Um lançamento para o explosivo Breitner que terminou sendo
derrubado na área por Jansen. O mesmo Breitner cobrou e empatou. Aos 43
minutos, uma falha da defesa holandesa deixou Gerd Muller livre para
marcar o gol do titulo. Os alemães comemoraram com muita alegria. Era um
instante de liberdade que valia muito mais que as longas semanas de
concentração. No final do mundial ficou mais uma lição, muitas vezes
repetidas e nunca aprendida. Uma final de Copa do Mundo não tem favoritos.
Nem mesmo para uma seleção cujo futebol encantou o mundo e era tocado por
musica, como os comandados do maior craque da competição:
Cruijff.
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Alemanha campeã da pior copa da história-1990