Sebastião Lazaroni o técnico da vez – 1990

 

O preferido de Ricardo Teixeira era Carlos Alberto Parreira que estava preso a um contrato com a Arábia Saudita e não aceitou. Sebastião Lazaroni foi confirmado porque ele tinha modificado o estilo de jogo do futebol brasileiro. Se antes, o nosso futebol era técnico, vistoso e cheio de habilidade, Lazaroni procurou implantar suas idéias para dentro do campo. Foi assim que o novo treinador da seleção, foi campeão carioca pelo Flamengo em 1986, pelo Vasco nos anos de 1987 e 1988 e campeão da Copa América em 1989. No seu sistema, além da habilidade já conhecida, seria acrescentada velocidade e aplicação tática. Lazaroni procurou cortar os dribles inúteis com a ordem de fazer muitos gols.

Desde a Copa América que os brasileiros passaram a acompanhar o novo esquema com um libero, alas e apenas dois atacantes sem posição determinada. Conquistando títulos nos clubes e na seleção, em pouco tempo, a ousadia de Lazaroni foi recompensada e as criticas iniciais se transformaram em aplausos. Como acontece em todas as convocações de jogadores que atuam na Europa, a seleção começou a ser prejudicada. Os resultados dos últimos amistosos antes da Copa não foram satisfatórios. O treinador justificava que não podia contar com todos aqueles jogadores que, certamente, seriam titulares. Em determinado momento, Lazaroni entrou em rota de colisão com dirigentes da CBF que não tinham condições de garantir a liberação de todos os atletas convocados.

Sebastião Lazaroni tinha o difícil problema de administrar os 22 jogadores, todos dispostos a serem titulares na Itália. Mas, o grupo era coeso, unido e estavam sempre ao lado do técnico. Com menos astros ou com mais estrelas de menor grandeza, o certo é que a seleção de 1990 era mais homogênea. Mesmo assim, a imprensa reclamava a presença de um jogador criativo no meio campo, alguém que pudesse fazer lançamentos para os atacantes. Sem um lançador, o Brasil partiu para os toques rápidos e em deslocamentos. Alemão e Valdo, talentosos e incansáveis, fariam o revezamento no apoio aos alas Jorginho e Branco. Todos participariam das jogadas de ataque, além de auxiliar Dunga na marcação. Os zagueiros Mozer, Ricardo Gomes e Mauro Galvão eram vistos com certa restrição. Mauro Galvão, de origem meio campista, tinham mais recursos de noção e tempo. O técnico afirmava que o Brasil estava pronto para ser campeão. Mas, na hora da verdade, poucas previsões de confirmaram. Assim, craques decepcionaram e esforçados surpreenderam.

Antes do inicio da Copa do Mundo na Itália, Casa Grande que jogou quatro anos na Europa advertia: “O Brasil não sabe jogar com libero. Esquema de Lazaroni pode tirar a seleção da Copa”. E completou: “É um absurdo o Brasil usar libero marcando por zona. Isso tira o impedimento e deixa o adversário na cara do gol”.

 

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